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sexta-feira, 3 de junho de 2011

ABACATEIRO

Refazenda
Gilberto Gil
Composição : Gilberto Gil


Abacateiro acataremos teu ato.
Nós também somos do mato como o pato e o leão.
Aguardaremos brincaremos no regato,
Até que nos tragam frutos teu amor, teu coração.
Abacateiro teu recolhimento é justamente o significado da palavra temporão.
Enquanto o tempo não trouxer teu abacate,
Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão.
Abacateiro sabes ao que estou me referindo, porque todo tamarindo tem.
O seu agosto azedo, cedo, antes que o janeiro doce manga venha ser também.
Abacateiro serás meu parceiro solitário nesse itinerário da leveza pelo ar.
Abacateiro saiba que na refazenda
Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar.
Refazendo tudo
Refazenda
Refazenda toda Guariroba.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Planejamento e alegria..., satisfação pela conquista


Olá começo este texto inspirada pela foto ao lado. E disposição para atingir objetivos é o ingrediente principal, de vez em quando sacudir a poeira e fortalecer o planejamento dão um empurrãozinho.
Embora meu assunto principal esteja sempre no âmbito educacional, não posso esquecer que adquirir conhecimento passa pela condição essencial da saúde, disposição e planejamento.
Para merecermos o que almejamos temos de ter a consciência de estarmos devidamente preparados, não se ganha uma competição sem treinos, que muitas vezes são chatos, cansativos e obrigatórios.
Os especialistas recomendam que se inicie um projeto avaliando quais metas já foram alcançadas e incluir a palavra “ainda” antes daquelas que estão no processo de conquista. Rebeca Fischer, psicóloga da Sociedade Brasileira de Neurolinguística diz: “Ao se referir ao que não foi realizado, é preciso incluir o “ainda”, para lembrar que se trata de um processo em andamento”.

Faça uma lista com definições e objetividade:

Quero emagrecer...quantos quilos?...Até que data?...Com qual recurso? É possível?
Quero comprar um carro...qual o modelo?... até qual data?...com qual recurso? É possível?
Quero comprar um apartamento...
Quero passar no vestibular, concurso ou mesmo iniciar uma faculdade....

Se sua resposta for sim, siga em frente. Se for não... pergunte o que mais preciso para realizar esta meta?

Faça um planejamento e anote os procedimentos:

Planejar é dividir o passo a passo, qual o tempo que eu tenho para me dedicar a isso?
Quanto dinheiro eu tenho?
Neste prazo....isso é compatível?
Segundo Villela de Matta, presidente da sociedade brasileira de coaching, “Temos a tendência de superestimar o que conseguimos em um ano e subestimar o que podemos conquistar em cinco”.

Afinal as metas são para médios e longos prazos.

Já Christian Barbosa, especialista em administração do tempo e produtividade, reforça; “Sonhar pequeno e grande dá o mesmo trabalho. “ O que importa é o planejamento que contemple os passos necessários.
Os especialistas orientam sobre a importância de definir quais são as reais motivações.
“É importante saber por que você quer aquilo” (MATTA).

Exemplos: Eu quero comprar um carro novo porque meu carro antigo perdeu a função.
Eu quero emagrecer porque preciso de mais leveza, saúde e bem estar.
Eu quero comprar um apartamento porque preciso de mais comodidade e segurança.
Eu quero passar nesse concurso porque me garante empregabilidade.
Quero concluir essa faculdade porque me garante conhecimento necessário a minha capacidade profissional.

E Rebeca lembra; é preciso avaliar se o que a pessoa vai ganhar é maior do que o investimento. (Tempo, dinheiro e dedicação). “Se não for, é difícil mudar de comportamento”. Segundo a psicóloga.

Avaliações constantes


Com o passar do tempo as dificuldades aparecem e atrapalham a conquista do objetivo, o que fazer então? Como não desistir?

É preciso driblar a rotina, mudando-a sempre que necessário para adaptar às pequenas metas até atingir os objetivos.

Transformar os pensamentos limitantes. Não posso porquê?...Não mereço?...O que eu ganho me sabotando?... Qualquer que seja a resposta, ela tem lógica? Eu acredito nisso?

Anote estas reflexões... se forem verdadeiras pra você, e você não as quer mais, queime-as e refaça seus sonhos. Busque ajuda profissional.

Superar obstáculos não tem que ser uma tarefa solitária, o mérito é seu, com ajuda ou sem.

As avaliações de tempos em tempos é uma prática útil para reorganizar as coisas quando elas não estão conforme o planejado.
Observe que seu objetivo pode ser de um ano, mas as metas podem e devem ser mensais.
Acompanhe o processo com alegria e satisfação
Desenvolver alegria pelo que está fazendo requer um pouco de técnica e conhecimento de si mesmo.

Primeiro... mudar a rotina exige atenção, concentração e prazer. Então o que te dá prazer que pode substituir um velho hábito? Se você não sabe precisa descobrir.
Segundo... procure se não puder substituir dividir o sacrifício em etapas de conformidade.

100% de sacrifício não garante resultado porque a desmotivação será constante. Então que tal 70% de sacrifício e 30% de prazer. Quando seu corpo e mente estiverem satisfeitos com estes números você poderá mudá-los outra vez. 80% sacrifício e 20% prazer, mantenha-se assim até atingir a meta ou objetivo, pois assim será 100% prazer pela conquista e então quem sabe você gostará e poderá iniciar novos planos, novas metas com outros objetivos e sem as dificuldades iniciais.

E aí aquela frase bíblica se justificará: Tudo posso, naquele que me fortalece.


segunda-feira, 28 de março de 2011

A COMPLICADA ARTE DE VER (POR RUBEM ALVES)


Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".

Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...

Grifo meu.
Rubem Alves, 71, educador, escritor. Livros novos para crianças e adultos-crianças: "Os Três Reis" (Loyola) e "Caindo na Real: Cinderela e Chapeuzinho Vermelho para o Tempo Atual" (Papirus).
Site: www.rubemalves.com.br

O texto acima foi extraído da seção "Sinapse", jornal "Folha de S.Paulo", versão on line, publicado em 26/10/2004.

segunda-feira, 21 de março de 2011

ACOMPANHAMENTO ESCOLAR

Acompanhamento Escolar é o nome que se dá àquele trabalho feito por psicopedagogos para crianças com pouca ou nenhuma concentração, hiperatividade, desenvolvimento escolar abaixo da média, dificuldade específica em matemática ou português e de modo geral àqueles que desejam desenvolver sua capacidade intelectual. Ler mais e dirigidamente, desenvolver cálculos matemáticos para o vestibular, concursos ou mesmo treinando seu raciocínio lógico para o cotidiano.
O trabalho do Terapeuta Educacional foca em desbloquear algum processo de aprendizagem que fora interrompido ou mal desenvolvido ao longo da vida de seu cliente. Usa-se técnicas corporais e estímulos intelectuais além de observação terapêutica sobre cada caso.

É comum pensar em acompanhamento escolar para nossos filhos apenas quando surge a ameaça da reprovação.
O recomendável é ficar atento às notas e as dificuldades que a criança apresenta nas lições de casa, desde o início do ano e começar o trabalho logo nos primeiros meses.
O Acompanhamento Escolar tem uma proposta. É direcionado aos alunos que não estão conseguindo acompanhar a rotina escolar e estão encontrando dificuldades nas relações e raciocínios envolvidos nas matérias de matemática e português, mas também se aplica àqueles que por algum motivo não puderam continuar os estudos e sentem necessidade de recomeçar.
E nesse caso, é necessário que o aluno aprenda a estudar e a pensar, por isso o trabalho é feito, duas vezes na semana, com duração de uma hora cada matéria. O que possibilitará um resultado de melhora nas notas nas outras matérias que exijam concentração, leitura e cálculo.

O que se pode observar para decidir se uma criança precisa de ajuda?
• Notas do ano anterior;
• Observações específicas dos professores;
• Dificuldades em fazer as lições de casa; tempo excessivo, desmotivações, esquecimentos, entre outras queixas.
Os pais que estão conscientes dessa necessidade não devem deixar essa decisão pra depois.
É necessário que sejamos acolhedores e determinados. O direcionamento do adulto é importante nesse momento. É muito importante ouvir a opinião da Coordenação Pedagógica da Escola, até mesmo para investigar algum outro problema de aprendizado.
Podemos unir interesses, trabalhando juntos: Pais – Escola – Psicopedagogos.